quarta-feira, 4 de abril de 2012

Eu e meus cartões.

Há alguns anos atrás cartão de crédito era motivo de status para quem os tinha e como eu era um "desbancarizado" era impossível eu conseguir um.
Mas acontece que a minha ex-sócia tinha e fui apresentado às maravilhas de se comprar  com o dinheiro de plástico por ela.
Me recordo que uma grande rede varejista fazia promoções de CD´s e lá íamos nós comprar, pagando e dividindo tudo no cartão dela e como era ela que cuidava do caixa da empresa na hora de fazer a minha retirada ela já descontava o valor que eu devia no cartão. Nesta época eu pagava direitinho.
Anos depois consegui os meus próprios cartões, o Brasil já estava mudando e algumas coisas foram ficando mais fáceis.
Pois bem, eu aprendi a usar e a pagar o cartão dos outros, mas com os meus eu relaxei.
Comecei a comprar sem me importar com a fatura, eu comprava e pagava direito.
Mas aí foram surgindo alguns imprevistos o que ocasionaram o atraso no pagamento das faturas e até mesmo o não pagamento delas.
E no cartão vocês já sabem como funciona. Não pago a fatura este mês aí o valor devido é inflado com juros e multa e acrescido ao valor da parcela no mês seguinte e vira aquela bola de neve.
Bem, eu ainda conseguia me virar e liquidar as dividas.
Mas eis que de repente o mercado de cartões começa a ficar mais agressivo. Várias empresas começaram a emitir seus próprios cartões, eles colocavam até pequenos balcões nas ruas para conquistar mais clientes e eu, claro, saí fazendo tudo que era cartão. Não só fazia como usava todos.
E devido a estas facilidades minha coleção de cartões só ia crescendo.
Comecei a pagar o valor minimo da fatura e ao invés de guardar o cartão e não usar, dois dias depois do pagamento eu já estava utilizando-os novamente.
Não me importava com os juros que eram cobrados, pagar o mínimo para mim era uma garantia de poder continuar a usá-los.
Só que chega uma hora que a conta não fecha e os atendentes dos cartões de crédito, que na época que eu fiz eram tão simpáticos e solícitos, começaram a falar comigo de forma mais ríspida me cobrando o pagamento da fatura.
Qual a saída que utilizei para quitar estas faturas? As financeiras.
Comprava dinheiro na financeira, repassava para a administradora do cartão, continuava usando o cartão e pagando não só o empréstimo feito na financeira como também as faturas.
O resultado disso tudo foi, digamos assim, trágico.
Mas o saldo positivo disso tudo é que minhas "amigas" das financeiras me ligam eventualmente, com direito a ser chamado de Senhor e de excelente cliente. ;)

Nenhum comentário:

Postar um comentário